A mensagem da presidente Dilma ao Congresso Nacional parece peça de sua campanha de reeleição: mentiras do começo ao fim.
Isso se torna ainda mais grave quando acontece um dia após a derrota acachapante que o governo sofreu na Câmara dos Deputados.
O candidato do PT só teve 138 votos, pouco mais de um quarto dos deputados.
É a primeira vez que eu vejo um chefe de Estado assumir um mandato com tão pouco apoio. A rejeição das ruas ao PT chegou de vez ao Congresso Nacional, o partido está isolado.
O último tentáculo do Palácio do Planalto onde eles ainda conseguem defender alguma coisa do governo é no Senado Federal, e é justamente onde eu irei agir para acabar com o último reduto de proteção ao já combalido governo da Presidente Dilma Rousseff.
"Não promoveremos recessão", diz Dilma em mensagem ao Congresso
A presidente atribui a alta dos alimentos à seca, dificuldade no cenário financeiro e redução na taxa de crescimento de outros países, como a China
Em mensagem enviada ao Congresso no primeiro dia de trabalho desta legislatura, a presidente Dilma Rousseff citou a seca enfrentada pelo país como uma das responsáveis pela alta no preço dos alimentos. “Enfrentamos, em anos sucessivos, um choque no preço dos alimentos, devido ao pior regime de chuvas de que se tem registro”, diz a petista. No texto lido pelo primeiro secretário do Congresso, deputado Beto Mansur (PRB-SP), a presidente fez uma forte defesa da economia do país.
“A inflação, por exemplo, foi mantida em 2014, mais uma vez, dentro do intervalo admitido pelo regime das metas inflacionárias, assim como em todos os demais anos do meu mandato”, defende-se Dilma. A alta dos preços foi uma das principais armas exploradas pelos seus adversários de campanha, como o senador Aécio Neves (PSDB-MG), para desgastar a petista. Além da seca, ela atribuiu a dificuldade no cenário financeiro à redução na taxa de crescimento de outros países, como a China.
Para implantar as mudanças pretendidas na condução econômica do governo, Dilma precisará que o Congresso aprove parte das medidas já anunciadas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Ela sabe que enfrentará dificuldades para aprovar as propostas, que já são alvo de ataques da oposição. Além dos adversários, Dilma terá como obstáculo a dificuldade de relacionamento com o novo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conhecido pelos ataques à petista.
A maioria dos parlamentares não presta atenção na mensagem lida por Beto Mansur. A altura das conversas paralelas no plenário é quase a mesma do microfone usado pelo deputado. No meio da leitura, um parlamentar chegou a gritar em direção à Mesa Diretora, pedindo que o colega “agilizasse”. Na Mesa, além de Beto Mansur, estão sentados Cunha, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL); o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas.
Dilma destaca no texto que pretende dar continuidade às políticas de inclusão social. Ela diz que as “medidas corretivas” anunciadas pelo governo na área econômica como necessárias para manter as políticas sociais. “Ajustes nunca são um fim em si mesmos. São medidas necessárias para atingir um objetivo de médio prazo, que, em nosso caso, permanece o mesmo: crescimento econômico com inclusão social. Não promoveremos recessão e retrocessos”, diz Dilma.
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