Mais de 100 ONGs assinam petição contra grupo
de Bolsonaro para a comissão de Direitos Humanos. Só podem ser as ONGs Manipuladas pelo 'PT'
Bancada da bala e evangélica se unem para escolha de um representante
para a presidência
POR BRUNO
GÓES 03/03/2015
RIO — Um abaixo-assinado endossado por mais de 100
Organizações Não-Governamentais foi entregue aos parlamentares
da Câmara dos Deputados contra a nomeação do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) ou
de aliados da Frente Parlamentar da Segurança Pública, conhecida como “bancada
da bala”, para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Casa.
O
documento pede para que a escolha seja feita de acordo com a “afirmação dos
direitos humanos”. A Conectas Direitos Humanos, entidade que ajudou a reunir as
assinaturas, teme que o cenário que favoreceu a eleição de Marco Feliciano
(PSC-SP) para o comando da comissão, em 2013, se repita este ano.
— Estamos pensando em princípios
mínimos. Quais são as características para a atuação na comissão? Tem que ser
uma pessoa que preze pela tolerância, que não defenda a pena de morte.
Essa
pessoa tem que manter a comissão como um fórum que dê acesso a quem é
perseguido.
As vozes precisam ser ser ouvidas. — diz Juana Kweitel, diretora da
Conectas. — O indicado tem que ser uma pessoa que seja aberta ao diálogo.
Em 2014, Bolsonaro disputou de
forma independente a presidência da comissão e perdeu por apenas dois votos
para Assis do Couto (PT-PR).
O deputado do PP promete apoiar a discussão de
temas como extinção da maioridade penal e restrição dos benefícios dos presos,
além da facilitação ao porte de arma.
De acordo com o deputado, que foi
o mais votado no Rio de Janeiro, as bancadas evangélica e da bala se uniram
para indicar um único nome.
Ele será oficializado nesta terça-feira, já que os
parlamentares se reúnem com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, às 14h30,
para a definição das presidências das comissões permanentes.
— Nós (das bancadas da bala e
evangélica) já nos reunimos e precisamos ter no mínimo 11 votos. Se tivermos
onze votos, vamos nos entender e eleger quem quisermos. Não precisa ser eu,
não. Temos o Delegado Valdir (PSDB-GO), que é um ótimo nome.
Mas acontece o
seguinte: amanhã (terça-feira), se tivermos só 10 votos acertados, aí o candidato
certamente sou eu. O critério de desempate é o tempo de mandato, e aí eu
levaria, pois sou eu que estou há mais tempo — diz ele.
A eleição das comissões depende
de acordo dos líderes de bancadas. As negociações ainda estão abertas e devem
ser finalizadas apenas nesta terça-feira. Perguntado sobre o abaixo-assinado e
a pressão das entidades contra a frente da qual faz parte, Bolsonaro disse se
sentir elogiado.
— Eu fico muito feliz, porque eu
estou me promovendo. Ninguém gosta de ONG. Esse pessoal aí não gosta de
família. E digo mais: se nós ganharmos a comissão, vamos começar com a primeira
audiência discutindo a pena de morte.
Temos que revogar o estatuto do
desarmamento.
Temos muitas coisas para discutir.
A petição defende a “proteção
integral de direitos civis, políticos, sociais, econômicos, culturais,
ambientais, sexuais e reprodutivos, além da redução das desigualdades e
discriminações, do racismo e do sexismo”.
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