Os últimos achados arqueológicos no arquipélago comprovam que bem antes da descoberta portuguesa, outro povo teria habitado aquelas ilhas, deixando vestígios indeléveis de sua presença.
Por Por Pepe Chaves*
De Belo Horizonte-MG
Para Via Fanzine
A suposta pirâmide foi revelada através de levantamento batimétrico por GPS.
Governo português investiga se a origem é natural ou se trata de obra humana.
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Parece que a cada nova descoberta, a história dos Açores pede urgentemente por uma revisão. Este arquipélago atlântico descoberto e administrado pelo Governo de Portugal tem revelado misteriosos sinais de que teria sido habitado por um povo de evoluída cultura.
Os últimos achados arqueológicos no arquipélago (como trabalhos de arte rupestre) comprovam que bem antes da descoberta portuguesa, outro povo teria habitado aquelas ilhas, deixando vestígios indeléveis de sua presença.
A novidade agora é a descoberta de uma suposta pirâmide subaquática, que estaria localizada a 40 metros de profundidade, situada perto do Banco D. João de Castro, entre as ilhas Terceira e São Miguel.
A localização da estrutura foi feita por Diocleciano Silva, médico veterinário e velejador, enquanto navegava em seu iate à procura de bons locais para pesca. O autor da descoberta não acredita que a pirâmide seja de origem natural.
Governo vai investigar
De acordo com informações divulgadas pela imprensa portuguesa, a pirâmide foi mapeada através de levantamento batimétrico por GPS e revelou uma altura de 60 metros e uma área de base de oito mil metros quadrados.
Segundo a RTP, o Governo Regional diz que o assunto já está sendo investigado com o apoio da marinha portuguesa.
Ainda de acordo com esta fonte, o Secretário Regional da Educação, Luiz Fagundes Duarte, acredita que, tendo em conta a localização numa zona muito investigada e monitorizada, não se deve tratar de obra humana.
Vestígios de Atlântida?
Falando ao Diário Insular (Portugal), o descobridor Diocleciano Silva discorda de Luiz Fagundes Duarte e crê que a estrutura seja obra humana. “É uma estrutura impressionante pela sua dimensão e perfeição de formas.
A orientação das arestas de acordo com os pontos cardeais principais faz-nos pensar numa implantação cuidadosamente estudada, igual à das pirâmides de Gizé no Egito”, comentou o descobridor.
Entende ele que, “Estamos na presença de mais um grande enigma”, adiantando que o trabalho hidrográfico e as medidas batimétricas devem ser reconfirmados por especialistas.
“Será que o oceano Atlântico tem este nome por ser o sítio onde se localizava a Atlântida?”, interrogou o descobridor da estrutura.
Com referência na obra do filósofo Platão, Atlântida seria um continente habitado por um povo de cultura evoluída que teria vivido em um passado bastante remoto já para a época do filósofo.
Por conta de um acidente desconhecido, todo o continente teria submergido no mar, levando consigo a sua população.
Depois da citação de Platão, muitos aventureiros e historiadores têm procurado por Atlântida em distintas partes do globo em diferentes épocas da evolução humana.
Em sua obra de ficção, Joaquim Fernandes romanceou sobre
um povo que habitava os Açores em um passado distante.
Realidade e ficção se fundem
Em declarações a uma rede social, o professor universitário e autor Joaquim Fernandes afirmou ter sido informado que a Secretaria Regional da Cultura dos Açores já pediu a intervenção da Marinha para fazer o levantamento da estrutura submersa, realizando cobertura fotográfica independente.
Fernandes conversou também com Diocleciano Silva, médico veterinário e velejador que descobriu a estrutura, e observou algumas características:
“1 - A estrutura foi obtida por GPS obtendo-se as batimétricas simétricas, sugerindo uma espécie de 'degraus' iguais, com a mesma largura. O local era conhecido dele e foi há cerca de oito meses que ele descobriu o sítio, mas hesitou divulgá-lo.
2 - Dois dos vértices - ele insiste nisso - estão perfeitamente alinhados no sentido Norte-Sul; pode estar a referir-se a lados, obviamente.
3 - As 'paredes' têm 45/50 graus de inclinação.
4 - Sobre as dimensões e profundidade há um erro: a base está acerca de 105 metros e o topo a 40 metros da superfície, o que corrige a tal diferença da profundidade exagerada e confere os tais 60 metros de altura. No jornal tinha saído que a base estaria a 350 metros de profundidade. Fez-se a devida correção. Tem a palavra a Ciência, última instância das grandes aquisições civilizacionais e culturais de hoje e de amanhã”.
O professor Joaquim Fernandes é autor do livro “O Cavaleiro da Ilha do Corvo” (2008), uma obra de ficção que se passa nesta ilha do arquipélago açoriano. O curioso é que, seu trabalho fictício, tão logo foi lançado, passou a ser corroborado por importantes achados e pesquisas realizadas na região.
“Quando, em 2008, ousei elencar um longo quesito de centenas de pistas coletadas, desde Aristóteles, sobre a História incógnita dos Açores e do Atlântico, vertendo-os sob a fórmula de um romance intitulado ‘O Cavaleiro da Ilha do Corvo’, não me chocou o coro de vozes que, à época, em atônita surdina, ergueram o espantalho da imaginação, da fábula e da lenda”, afirmou Fernandes em seu artigo “Os Açores há dois mil anos”, publicado com exclusividade no Brasil por Via Fanzine.
Se esta estrutura piramidal é mesmo obra natural ou humana, é bem possível que em breve iremos saber.
* Com informações de RTP, Diário Insular e Joaquim Fernandes.
- Imagens: Diário Insular/Reprodução e Arquivo VF.
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Vídeo - entrevista com o professor Félix Rodrigues (RTP/Portugal).
Açores: encontradas sepulturas de 2 mil anos (TVI/Portugal).
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- Produção: Pepe Chaves.
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