A criação da 12ª Vara Federal em Brasília, especializada em lavagem de dinheiro, deveria agilizar a tramitação dos mais de 2,3 mil processos que se acumulavam na 10ª Vara.
Em vez disso, está servindo para atrasar a conclusão de processos importantes contra gente graúda, como Lula, Eduardo Cunha e Geddel Vieira Lima.
Como ressaltou o JN há pouco, pelo menos 15 ações penais que já estavam com audiências marcadas foram transferidas para a 12ª Vara. É recomendável que casos com instrução já finalizada não sejam remetidos para outro juiz, por motivos óbvios.
Mas é exatamente o que aconteceu: ações decorrentes das operações Zelotes, Sépsis, Cui Bono, Greenfield, Janus, Patmos e Panatenaico foram transferidos dos juízes Vallisney de Oliveira e Ricardo Leite para os juízes Marcus Vinícius dos Reis Bastos e Pollyana Kelly Martins Alves.
Dentre elas, estão a ação que Lula responde por tráfico de influência e corrupção passiva na compra de caças da Saab (em fase de audiências) e a do 'bunker' dos R$ 51 milhões de Geddel Vieira Lima (alegações finais).
Com a mudança, juízes e servidores da nova vara levarão meses para retomar o ritmo das investigações.
Como O Antagonista mostrou ontem e reproduzido pelo JN hoje, Pollyana Kelly é casada com o procurador Luís Carlos Martins Alves Júnior, assessor de Gustavo Rocha, chefe de assuntos jurídicos do Planalto e ministro interino dos Direitos Humanos.
Ela está, por exemplo, com parte da Operação Patmos, que investiga Eduardo Cunha. Ex-advogado de Cunha e Michel Temer, Gustavo Rocha foi gravado conversando com Rocha Loures sobre o decreto dos portos – investigação que está no STF.
Em nota ao JN, Pollyana disse que poderá se declarar impedida caso ache necessário e Luiz Carlos repeliu qualquer insinuação de conluio.
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