Uma empresa norte-americana lançou um satélite chamado "Estrela da Humanidade", provocando reacções indignadas entre os astrónomos.
Feito de fibra de carbono, o satélite, em forma de bola brilhante, foi lançado em 21 de janeiro na Nova Zelândia pela empresa privada Rocket Lab.
Baptizado da "Estrela da Humanidade", o satélite está coberto com 65 painéis reflectores de luz e gira muito rápido. Segundo a ideia dos criadores, este deve se tornar o objecto mais brilhante no céu.
"Onde quer que estejam e o que quer que aconteça em suas vidas, todos poderão ver a 'Estrela da Humanidade' no céu nocturno", afirmou Peter Beck, o fundador da Rocket Lab.
O engenho deverá permanecer em órbita por nove meses, devendo desintegrar-se e queimar na atmosfera aproximadamente em outubro. Até então, a "estrela" poderá ser vista pelos habitantes da Terra a olho nu ao amanhecer ou à noite.
De acordo com Beck, a "estrela artificial" no céu tem um sentido simbólico — atrair a atenção das pessoas para o espaço.
No entanto, nem todos gostaram da ideia de Beck, especialmente os astrónomos.
Caleb A. Scharf, director do Centro de Astrologia da Universidade Columbia (EUA), acredita que o lançamento do satélite afecta o espaço ao redor da Terra, que já está cheio de satélites e fontes artificiais de luz, o que prejudica as observações astronómicas.
Actualmente, na órbita da Terra estão vários milhares de satélites, aumentando a cada ano. Em particular, há um ano, a Índia colocou em órbita 104 satélites de uma vez.
Outros cientistas compararam a "Estrela da Humanidade" com uma esfera de discoteca, lixo espacial ou grafíti espacial.
"O que irrita mesmo neste satélite é que foi desenhado especialmente para ser o mais brilhante e nada mais. É como se alguém pendurasse uma publicidade de neon perto da janela de seu quarto", opinou Jonathan McDowell, astrofísico do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian.
A "Estrela da Humanidade" se tornou o primeiro objecto de seu género lançado ao espaço "apenas para satisfazer as ambições de seu criador", afirma um artigo do portal Gazeta.ru, acrescentando que não deverá ser o último. Em 6 de fevereiro, o bilionário norte-americano e director executivo da SpaceX, Elon Musk, planeia lançar o foguete super pesado Falcon Heavy, com um carro desportivo Tesla a bordo, em direcção a Marte.
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