Socialite é acusada de obter financiamento de 2,79 milhões de reais do BNDES mediante fraude
Procuradoria acusa Val de obter,
mediante fraude, financiamento em instituição financeira (Francisco
Cepeda/AgNews/VEJA)
A Procuradoria da
República em São Paulo denunciou a socialite Valdirene Aparecida de Marchiori,
a Val Marchiori, por crime do colarinho branco. Segundo a acusação, protocolada
na 6ª Vara Criminal da Justiça Federal, Marchiori em 17 de setembro de 2013 obteve,
"de forma livre e consciente, mediante fraude", financiamento oriundo
do Programa BNDES de Sustentação do Investimento - BNDES PSI -, em valor
equivalente a 2,79 milhões de reais.
Também são acusados
um irmão de Marchiori, Adelino Marcos de Machiori, e Alexandre de Melo
Canizella, à época gerente geral do Banco do Brasil, agência Rua Estados
Unidos, Jardins, São Paulo.
Formalmente, a Procuradoria acusa Marchiori de
violação do artigo 19 da Lei 7492/86 - obter, mediante fraude, financiamento em
instituição financeira; pena de reclusão de dois anos a seis anos e multa.
A denúncia relata
que no dia 18 de julho de 2013, Marchiori, na condição de administradora da
empresa Torke Empreendimentos e Participações Ltda, formalizou Proposta de
Abertura de Crédito - PAC, junto ao Banco do Brasil, instituição credenciada no
BNDES, com objetivo de obtenção de financiamento destinado à aquisição de 5
caminhões e 5 semirreboques (carroceria fechada).
A Procuradoria
aponta "flagrante utilização de manobras, por parte da denunciada, as
quais terminaram por macular por completo a sua conduta".
A denúncia
revela a participação de Adelino Marcos de Marchiori, irmão de Val, sócio
administrador da empresa Veloz Empreendimentos Participações e Administração de
Bens.
A investigação
mostra que Adelino procurou a irmã 'e a induziu a obter, através da empresa que
administrava, Torke Empreendimentos, um financiamento destinado à aquisição de
caminhões'.
A Procuradoria acrescenta que foi Adelino quem 'incutiu' em
Marchiori a ideia de tomar o financiamento uma vez que a Torke reunia, em
princípio, as condições necessárias à concessão do empréstimo junto ao BNDES.
Mas a Torke detinha
objeto incompatível com a linha de crédito pretendida. Segundo a denúncia, o
então gerente geral do Banco do Brasil, Alexandre Canizella, teve 'fundamental
participação na conduta criminosa desempenhada por Valdirene'.
"Ao mascarar
as atividades da empresa Torke, o financiamento obtido por Valdirene assumiu
forma nitidamente fraudulenta, eis que somente foi atingido em decorrência da
informação ideologicamente falsa inserida no contrato social da empresa por ela
administrada."
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Defesa - Em depoimento,
Val Marchiori foi categórica, após ser questionada com qual objetivo a empresa
Torke possui caminhões ou carretas em seu patrimônio.
Ela contou que o marido
era proprietário da Big Frango/Jandelle e que estava contratando empresas de
transportes.
Disse que seu irmão e o marido sugeriram a ela que comprasse
caminhões, pois a Jandelle iria precisar.
Marchiori relatou
que foi à agência do Banco do Brasil, onde possui conta desde 2006 e solicitou
o financiamento. Afirmou que a Torke possuía quase 3 milhões de reais aplicados
na mesma agência do Banco do Brasil.
Alexandre Canizella
declarou que não pode orientar o cliente da agência sobre alteração do objeto
social ou do contrato social da empresa, mas pode orientar que a atividade
social precisa ser compatível ao financiamento pleiteado.
Segundo ele, com a
atividade descrita no contrato social anterior não seria possível a concessão
do financiamento.
(Com
Estadão Conteúdo)
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