Brasil
tem 'pior governo do mundo', segundo relatório de competitividade
País aparece em último lugar nos quesitos
transparência, burocracia, corrupção e condições para a entrada de capitais,
que compõem ranking do Centro Mundial da Competitividade
O Palácio do Planalto, em Brasília,
sede do governo brasileiro; segundo diretor do Centro Mundial de
Competitividade, 'é possível crescer, mas se o governo não faz seu trabalho,
que é ter uma boa regulação e ser transparente, o país fracassa' (VEJA.com/VEJA)
O relatório anual do Centro Mundial da Competitividade (CMC)
divulgado nesta segunda-feira evidenciou as dificuldades que a América Latina
enfrenta para avançar nesse tema.
O documento expressou uma preocupação
especial com o Brasil, que ocupa um dos últimos lugares no ranking de países
mais competitivos.
O levantamento divulgado nesta segunda considerou dados de
2015, quando o país ainda era comandado pela agora presidente afastada Dilma
Rousseff.
Dos 61 países que estão na classificação, liderada por Hong Kong, o
Chile é o único país latino-americano que está entre os primeiros 40 colocados,
em 36º - uma posição abaixo da que havia conseguido no ano passado. Os outros
seis países da região mencionados no documento estão nas últimas vinte
posições.
O segundo país latino-americano mais bem colocado é o México, em 45º,
seguido de Colômbia (51º), Peru (54º) e Argentina (55º). O Brasil, que perdeu
um posto em relação ao ano passado, aparece em 57º, e a Venezuela fecha a
lista, em 61º.
"O Brasil tem neste ano o pior governo do mundo, pior que o da
Venezuela, que o da Mongólia ou da Ucrânia", afirmou à agência EFE o
diretor do CMC, Arturo Bris, em referência à avaliação feita no relatório sobre
a eficiência dos governos.
Nesse indicador, especificou Bris, o Brasil está no último lugar entre
todos os países. O país apareceu no 58º posto em 2014, passou ao 60º em 2015 e
agora está em 61º, que é o último.
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"O Brasil está na lanterna em transparência, burocracia, corrupção,
em barreiras à entrada de capitais, à criação de empresas, pelo número de dias
para criar uma empresa.
É um desastre institucional", criticou o
responsável pelo CMC.
Bris afirmou que o caso do Brasil mostra que o crescimento econômico
"não é condição suficiente para a competitividade".
"É possível
crescer, mas se o governo não faz seu trabalho, que é ter uma boa regulação e
ser transparente, então o país fracassa", ressaltou.
Prejuízo de gerações - O Brasil levará
"gerações" para se recuperar, previu Bris, ao detalhar que, além dos
problemas relacionados com suas instituições, enfrenta um déficit de
infraestruturas físicas e carências graves em educação e serviços de saúde.
De acordo com análise que acompanha o ranking, os setores públicos dos
países latino-americanos em geral são um "empecilho" para suas
economias.
,
Ainda segundo o relatório, a América Latina é uma região onde há
carência das qualidades dos países que estão nas primeiras vinte posições: uma
legislação favorável para os negócios e os investimentos, infraestruturas
físicas e intangíveis (educação e sistemas de saúde) e instituições inclusivas.
"Atualmente, nenhuma das economias latino-americanas está perto de
possuir essas qualidades da maneira necessária para progredir no ranking",
comentou Bris.
(Com EFE)
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