Estupro coletivo no Rio de Janeiro-
Post(VEJA.com/Reprodução)
A cena de barbárie chocou as redes sociais.
De várias partes do Brasil,
cidadãos começaram a entupir as caixas de mensagem da Ouvidoria do Ministério
Público e da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) do Rio de
Janeiro para denunciar os agressores e pedir providências.
O inquérito foi
instaurado e, agora, a polícia tenta identificar os 33 homens que teriam
praticado o estupro coletivo a uma adolescente de 16 anos, dentro do Morro da
Barão, na Praça Seca, em Jacarepaguá, na zona oeste da cidade.
Em grupos de
WhatsApp, no Twitter e em páginas do Facebook, os criminosos vibraram com a
cena de pouco menos de 40 segundos.
C.B.T.P. namorava um homem suspeito de integrar o tráfico da favela,
identificado apenas pelo apelido de Petão, e que estudava com ela numa escola
do bairro da Taquara.
Na madrugada do último sábado, dia 21, ela saiu da casa
onde morava com a mãe e o filho de 3 anos para ir a um baile funk na favela. Só
retornou dois dias mais tarde, segundo a família visivelmente drogada e com
roupas masculinas, já que as suas haviam sido roubadas:
"Ela foi tomar um
banho e dormiu", disse a mãe em depoimento. A.T. contou também que
procurou o Conselho Tutelar para tentar internar a filha compulsoriamente após
o ataque.
C. esteve na Central de Garantias da Polícia Civil durante a madrugada e
prestou um primeiro depoimento. Ela deverá ser ouvida novamente para tentar
ajudar a identificar os agressores:
"Quando ela acordou na favela, tinha
mais de 30 traficantes em volta rindo e zombando", contou um investigador
ao site de VEJA.
No depoimento, ela admite ser usuária de ecstasy e
cheirinho-da-loló, mas disse não ter consumido nada na noite das agressões:
"...que acordou domingo em uma casa na mesma comunidade com 33 homens
armados com fuzis e pistolas; que estava dopada e nua".
A história se espalhou rapidamente pelas redes. Um homem chegou a posar
para um selfie com C. ao fundo, nua e jogada na cama.
A cena filmada e postada
pelos criminosos, aliás, foi o que ajudou a polícia a identificar onde o fato
havia ocorrido antes mesmo de a jovem aparecer para prestar depoimento.
"Essa
daqui é a famosa come rato da Barão", diz um dos bandidos, que filma a
jovem com um telefone celular.
"Mais de 30 engravidou (sic)", diz outro ao fundo.
"Entendeu ou não entendeu? Mais de 30!", ri novamente.
Em seguida, os criminosos, que aparentam estar dentro de uma
casa com pelo menos um cômodo e uma sala, continuam a zombar de C., que segue
desacordada.
Um deles pega a jovem e abre as pernas para tentar mostrar a
genitália machucada:
"Olha como é que ela tá! Sangrando...", diz.
"Olha onde o trem bala passou. Do Marreta"
"É nós! Trem bala Marreta!!!", comemoram.
Marreta em questão é o apelido de Luiz Claudio Machado,
traficante do Comando Vermelho que foi preso por agentes da Subsecretaria de
Inteligência (SSinte) no Paraguai, em dezembro de 2014.
Foi ele quem liderou
várias guerras e, em especial, tomou o controle de várias favelas da região da
Praça Seca, em Jacarepaguá, antes dominadas pela milícia.
Uma delas foi
justamente a Barão, onde a adolescente foi estuprada. C. contou ainda em seu
depoimento que, ao ver o vídeo, voltou à favela para tentar reaver seu telefone
celular e foi falar com o chefe do tráfico local. Segundo ela, o criminoso
disse não ter tomado conhecimento do estupro, mas "que procuraria
saber".
Dois
homens que postaram os vídeos na internet foram identificados. Um terceiro
homem, que fez uma selfie com a jovem estirada na cama após o estupro, também
está sendo procurado
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