Crédito: © Nori / Fotolia
Com um sincronismo interessante, ao mesmo tempo que se descobre que a água do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko é muito diferente da água dos oceanos terrestres, cientistas descobrem de onde a água da Terra pode ter vindo.
A resposta pode ser surpreendente: das suas próprias rochas. O ciclo das águas, que todos conhecemos desde pequenos, ganha mais um surpreendente componente.
A pergunta que os cientistas se fizeram foi: “Será que nosso planeta faz a própria água por meio de processos geológicos, ou será que a água veio das bordas do sistema solar, carregada na forma de cometas?”
A resposta provavelmente é “das duas formas”. Uma equipe da Universidade Estadual de Ohio (EUA) relatou uma série de reações geoquímicas que a Terra captura água em seu interior durante bilhões de anos e depois libera em pequenas quantidades através da tectônica de placas, alimentando assim os oceanos.
Utilizando-se de uma prensa poderosa de laser, os cientistas comprimiram cristais de bridgmanite e ringwoodite, duas formas de olivina que são bastante comuns na crosta terrestre, e estudaram as mudanças que se operam na estrutura cristalina.
Eles estavam em busca de uma reação que utilizasse o hidrogênio que fica preso em imperfeições do cristal. Com o oxigênio que é bastante comum nestes minerais, poderia haver alguma sequência de reações que permitiriam a combinação do hidrogênio com o oxigênio, formando a água.
O cenário resultante destes testes de laboratórios e de simulações de computador é que a ringwoodite poderia ser responsável pela produção da água através de reações geoquímicas. Esta água seria então levada da “zona de transição”, que fica entre 500 e 800 km de profundidade, para o manto por outro mineral, chamado garnet.
O ciclo seria completado em bilhões de anos. As placas tectônicas lentamente fariam esta água fluir para os oceanos terrestres. A água contida no manto ainda assim seria pouca, mas como ele corresponde a 80% do volume do planeta, os pesquisadores acreditam que deve guardar tanta água quanto o Oceano Pacífico.
O desafio agora é determinar exatamente qual o papel deste ciclo geológico. Se ele for parte do ciclo das águas do planeta, então o tempo total desse ciclo no nosso planeta tem que ser de bilhões de anos. [Science Daily,Universidade Estadual de Ohio]
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